Hoje quero saudar-te. Bom dia! Com vais?
Sabes? Disseram-me que tu não existes,
E eu, tolo, acreditei que era verdade.
Nunca havia reparado a tua obra.
Ontem à noite, da trincheira rasgada por granadas,
vi teu céu estrelado e compreendi então que me enganaram.
Não sei se apertarás a minha mão.
Vou te explicar e hás de compreender.
É engraçado: neste inferno hediondo,
Achei a luz para enxergar o teu rosto.
Dito isto, já não tenho muita coisa a te contar:
Só que... Que... Tenho muito prazer em conhecer-te.
Faremos um ataque à meia noite.
Não sinto medo.
Deus, sei que tu velas...
Ah! É o clarim! Bom Deus, devo ir embora.
Gostei de ti... Vou ter saudade... Quero dizer:
Será cruenta a luta, bem sabes,
E seta noite pode ser que eu vá bater-te à porta!
Muito amigo não fomos, é verdade.
Mas... Sim, estou chorando!
Vês, Deus, penso que já não sou tão mau.
Bem, Deus, tenho de ir.
Sorte é coisa rara:
Juro, porém: Já não receio a morte.
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O autor desse poema, quem sabe?
Foi encontrado em pleno campo de batalha, no bolso de um soldado americano desconhecido;
do rapaz estraçalhado por uma granada, restava apenas intacta esta folha de papel.
(Transcrito).
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DEUS POR NÓS! (extraído do e-mail de Antonio Tavares)
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