Publicitário de São Paulo cria nova sinalização para indicar
idosos
Placa de sinalização que indica o idoso com uma bengala pode
mudar.
Maioria dos idosos não se identifica mais com essa imagem.
Um velhinho meio curvado e uma bengala – este é o símbolo
que representa o idoso na placa de sinalização. Entretanto, um publicitário de
São Paulo criou um projeto para mudar isso. O Brasil tem quase 25 milhões de
pessoas com mais de 60 anos e a maioria não se identifica mais com essa imagem.
“Na minha idade, meus avós eram velhos. Hoje em dia não me
sinto assim tão velho. Acho que hoje mudou muito porque a expectativa de vida
aumentou, o nível de saúde está melhor. Vive mais e melhor”, diz o aposentado
Peregrino Cunha.
Maria da Penha, 83 anos, também não se encaixa no perfil de
idoso sossegado. “Eu acho que os idosos hoje têm mais vida. Os idosos
antigamente se recolhiam. Hoje tem mais vida, acho que são mais expansivos.”
Essa geração ativa e determinada de idosos acha que está na
hora de repaginar o símbolo que identifica essa faixa etária. Muitos deles não
se sentem representados pela figura que mostra a pessoa encurvada, segurando
uma bengala e demonstrando fragilidade.
Com a ajuda de cem mil internautas numa rede social, o
publicitário Max Petrucci criou uma nova sinalização de assento ou vaga
preferencial para idosos. Ele vai sugerir a governos e empresários que o novo
símbolo substitua o sinal indicativo que está hoje nos transportes e nas ruas.
“Evidentemente que a terceira idade tem suas fragilidades, mas não precisa
ressaltar tão negativamente - até porque não é esse o retrato da terceira idade
no Brasil.”
Para a advogada Lúcia Maria Barbosa de Lima, de 63 anos, o
desenho do publicitário tem muito mais a ver com ela que o sinal atual.
"Não me identifico com isso. De jeito nenhum [símbolo atual]. Eu tenho
acompanhado e esse símbolo que foi aprovado é interessante. É uma pessoa ereta:
você acha que eu tenho 63 anos? Que eu sou velhinha? Eu tenho idade. Mas não é
por isso que tenho que andar curvada.”
Lucina Ratinho, comerciante e maratonista de 69 anos, torce
pela mudança. “Isso aí não é idoso é velho. Tem velho de 20 anos, de 30, de 40.
Eu vou fazer 70, mas eu não sou velha: Velho é que anda de bengala. Eu não sou
velha, sou idosa. Tenho muita idade, mas também tenho muita experiência.”
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